quinta-feira, 12 de julho de 2012

A gota d’água Às vezes uma amizade, um contrato, uma relação intensa ou morna acaba sem sentido, sem que uma das partes entenda coisa alguma. Fica um vazio, uma interrogação e uma mágoa instalada. Aquilo nos incomoda, não mata, mas de vez em quando dá seus sinais, uma recordação, uma minhoca na cabeça. Tempos depois a gente descobre, sozinha ou por intermédio de alguém, o que de fato aconteceu, o que foi aquela gota d’água que fez com que uma coisa que parecia sólida se desmanchasse no ar. E o que gerou a corda rompida foi algo tão ridículo, tão pequeno, que é inacreditável que tenha feito tanto estrago. Mas é assim mesmo, nossa cabeça nossa sentença. O que para mim é ouro pra você pode ser latinha, coisa sem valor. Eu consigo engolir dez sapos sorrindo, você não engole nenhum. Eu consigo ver em você o que mais me agrada em primeiro lugar e, em segundo, seus piores defeitos. Você me enxerga primeiro pelos trapos e custa a ver minha riqueza, ou não vê nunca, ou acha que eu não tenho nenhuma. Não existe faculdade para ensinar a qualidade das relações, dos serviços, das conversas, mas a literatura ajuda e muito. Li recentemente o livro de Dulce Ribeiro “Você, a diferença na era da relação”. Uma delicia do começo ao fim. A orelha do livro já me fisgou ao substituir o tradicional currículo da autora por uma confissão sobre a sua carreira, suas relações, suas emoções, suas crises e a afirmação de que sabe onde quer chegar e o que está fazendo aqui. Ufa! Isso é o que eu chamo de uma mulher inteira. E ela nos ensina a construir relacionamentos de verdade e a ter uma visão positiva de nossos fracassos, transformando-os em oportunidades. O livro é voltado para o atendimento ao cliente, mas se encaixa direitinho para todas as relações. Afinal, se tratarmos todos como clientes não será uma relação diferente? E a lição número um é saber cuidar. Cuidar de si, da sua casa, dos seus filhos, da família, do trabalho, da equipe, da empresa, dos funcionários, da rua, do bairro, do planeta. Cuidar da sua alma. Cuidar no sentido de dedicar-se a alguém ou a algo. Este sentimento é conseguido a partir do uso da inteligência espiritual, que a autora chama de pós-doutorado em relacionamentos. Inteligência emocional é a capacidade de identificar em si e nos outros as suas virtudes e fraquezas como ingredientes importantes para compor o equilíbrio de uma pessoa ou de um grupo, a fim de manter-nos conectados. As pessoas são tão felizes quando decidem sê-lo, disse Abraham Lincoln. Andréa Muller Jornalista

Nenhum comentário:

Postar um comentário